Os arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel acreditam ter descoberto um artefato que pode mudar a história da arqueologia na região.
Trata-se de um cinzel de metal, que pode ter sido usado na construção do Templo de Salomão, foi descoberto no ano passado, mas a agência de notícias israelense Tazpit informou que o governo estava esperando os resultados de testes de datação antes de fazer o anúncio oficial.
A mídia israelense está descrevendo a descoberta como "extraordinária" e "surpreendente". O local de descoberta estava junto ao Arco de Robinson, localizado ao sul da área do Muro das Lamentações, que é a estrutura remanescente do antigo Templo.
"O cinzel possui cerca de 15 centímetros. Pela primeira vez, depois de dois mil anos, estamos em posse de um instrumento de trabalho utilizado pelos construtores que construíram o Kotel [Muro das Lamentações]", explicou Eli Shukron que dirigiu a escavação arqueológica. O site The Times of Israel informa que Shukron passou 19 anos escavando na área. É a primeira vez depois de mais de um século de pesquisas arqueológicas ao redor do Monte do Templo, que é achada uma ferramenta de construtores.
"Não tenho dúvidas que ele é do tempo em que o muro foi construído", disse Shukron. "Descobrimos a peça na base do Muro Ocidental. Estava a cerca de seis metros abaixo da rua principal de Jerusalém na época do Segundo Templo. As moedas e também a cerâmica que recentemente encontramos na área indicam que ele é dessa mesma época".
"O cinzel estava em meio a escombros de lascas de pedras que caíram dos pedreiros que trabalham nas rochas que compõem o Muro das Lamentações", acrescentou o relatório do Tazpit. Os resíduos das pedras do muro caíam enquanto se entalhava as pedras para a aparência final, no estilo herodiano. A cabeça do cinzel tem a forma de um "cogumelo", resultado das pancadas recebidas de um grande martelo enquanto se entalhavam as pedras.
No Muro das Lamentações, "as pessoas vem para fazer suas orações e beijam as pedras sagradas todos os dias", disse Shukron. "Hoje, pela primeira vez, podemos tocar um dos seus cinzéis". "Nós consideramos essas rochas sagradas. Tocamos, beijamos e colocamos nelas nossos pedidos. Até hoje ninguém tinha encontrado uma ferramenta dos trabalhadores que construíram este Muro. Significa, portanto, que encontrar esta ferramenta têm uma grande importância histórica e científica", enfatiza.
A altura das paredes e a profundidade de onde estava o ponteiro são condizentes com o relato do historiador Flávio Josefo no seu livro Guerra dos Judeus. Na descrição do Monte do Templo, Josefo afirma que "os muros de contenção em seu ponto mais profundo alcançavam trezentos côvados, e em alguns lugares eram ainda maiores do que esta altura". Trezentos côvados são cerca de 68 metros de altura.
Josefo afirma que Herodes contratou na época cerca de dez mil trabalhadores para construir o templo, o edifício mais luxuoso da época. Também diz que durante o período de Agripa II, o bisneto de Herodes o Grande, 18 mil trabalhadores ficaram desempregados após o trabalho de construção ter acabado.
Um dos aspectos mais intrigantes dessa descoberta é sua divulgação poucos dias após oito judeus serem presos na tentativa de abater um animal para o sacrifício ritual da Páscoa no topo do Monte do Templo em Jerusalém. Isso acirra os ânimos daqueles que exigem o reconhecimento por parte dos muçulmanos de que o templo de Salomão ficava no local, algo negado há séculos. O principal argumento dos islâmicos é que não há provas (fora do Antigo Testamento) que o templo realmente existiu. Com informações The Blaze.
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